Me engana que eu gosto


Por qual motivo não identificamos muitos dos nossos deslizes, das repetições de erros?

Porque quanto mais familiarizados nós estamos com alguma coisa, menos percebemos esse “alguma coisa”. Acostumamos-nos a ver as coisas, não como elas são, mas como achamos que elas deveriam ser.

Consequências? Muitas. Desde efeitos imperceptíveis até efeitos, digamos, tempestuosos.

Esse é um fato que se revela, por exemplo, na “indiferença à desgraça”. Nos acostumamos com alguma coisa, e pronto: incorporamos à nossa estrutura de normalidade (sério? Normalidade?!)

Então não tenha tanta certeza sobre suas “certezas”. Seja curioso, reflita, observe, saia da repetição, do mecanizado e dinamize sua percepção, pondere, contextualize (o contexto informa muito).

O que achamos que é a nossa realidade já é uma recriação que ocorre em nossas mentes, por meio do significado que damos a tudo, e as nossas certezas ainda geram a nossa relação com essa realidade.

Entendi... entendi porque o ‘bebum’, noutro dia estava discutindo algo com um poste, e também porque meu amigo começou a brigar com o locutor esportivo durante a transmissão de um jogo, embora o que estivesse diante de nós era tão somente uma TV.

Você concorda, discorda... tem certeza?

Abraços
Lucius Augustus, IN