Justo ou Injusto? (parte I)

Há pessoas que se apresentam como espiritualistas e, claro, que acreditam na lei da causa e do efeito, que acabam por entrar em uma estranha contradição prática.

Vejamos que situação incomum... (ou comum?)

O sujeito do exemplo é um jovem espiritualista, entusiasta da nova era, e fala muito bem sobre vidas passadas, almas gêmeas, magia, karma. Dá gosto conversar com ele. Além do que, é sempre uma conversa muito estimulante, quando tratamos de espiritualidade (nos sentimos evoluídos, não?). Mas há momentos na vida deste amigo do exemplo, nos quais o assunto não é tão bem recebido: são os momentos de conflito, de atritos.

Nestes momentos, nosso amigo é capaz de se sentir indignado frente ao que vive, e até achar que não é justo o que vive, afinal, “como ela foi me deixar?”, “eu não mereço isso!”, “ele não deveria ter falado comigo daquele jeito!”, “as coisas não deveriam sertão difíceis!”, “meu Deus, me ajuda... tá difícil...”

E a teoria espiritualista? E a compreensão de que não há situação que não seja o efeito de uma causa, e há ordem em tudo e em todas as coisas, inclusive naquilo que vivemos e rejeitamos?  Teoria é teoria. Só informação bem delimitada ao campo do conhecimento.

Nosso amigo “se esquece” do que conhece, do que afirma, quando mais precisa dos conhecimentos que possui.  A contradição esta na relação entre o acreditar e o utilizar o conhecimento que possui. Não confere, não bate. Se acredito em algo, incorporo este algo à minha vida.

Não? Não é o que acontece? É difícil? Sim, é difícil. Aliás, é dificílimo. Mas do mesmo modo que aprender um segundo idioma é difícil, aprender a dirigir é difícil, e um tantão de coisas é difícil... Até que se torna fácil.

Então, o recado é: não sejamos a contradição entre o que conhecemos e quem somos (que confere com o que espontaneamente falamos e fazemos). Trata-se de um treinamento. E um bom começo é usar a fé. Acredite na Lei do Karma. Acredite que a Lei é sábia. E antes de perguntar se é justo ou não o que vive, deposite um tanto de confiança na Lei, em Deus e em você mesmo.

Até breve,

Lucius, In